É bem verdade que nunca falta o que escrever. Não sou excepção. Mas mais do que escrever para alguém ler, a escrita tem em mim um efeito catártico. E é isso que procuro.
30.11.09

Airô!

 

Não, Maria Gita não está embriagada. Eu sei que é segunda-feira e que neste dia não se está animada. Mas como eu tenho espírito de contradição... Enfim, o fim de semana foi bom e como amanhã é feriado e vou estar acompanhada pelo menino "mai windo"... digam lá: tenho ou não tenho motivos para sorrir? Ah pois é.

 

Ontem assisti pela primeira vez a uma ordenação, neste caso diaconal, na Sé de Aveiro. É uma cerimónia bonita, dotada de um ritual e todo um protocolo que sim, em certas questões me parece exagerado, mas afinal, talvez seja isso que nos faça ficar maravilhados com a situação. Sim, posso dizer que fiquei maravilhada, assim como ficamos quando vemos algo novo que nos é desconhecido e nos deixamos encantar pela sua magia. Não sei se sabem do que vos falo.

Continuando. Como não podia deixar de ser fiquei de lagrimita no olho. Foi a emoção. Quem me conhece sabe que isto me acontece com frequência. À noite, embora não o tenha comentado com o R. fiquei a pensar na reacção de um pai quando um filho encontra esta vocação. Até ontem pensei que se fosse comigo isso seria para mim um choque, já que parece-nos a nós que a ordem natural das coisas deverá ser os nossos filhos darem continuidade à prole. Talvez me esteja a prender demasiado no celibato, mas afinal, esse é um preceito fundamental da Igreja e no fundo é um abdicar de descendência.

Mas ontem, ao ver os pais do Z., ao ver o orgulho estampado no rosto percebi que não, não será um choque. Basta que se respeite a vontade e se tenha a certeza que é ali que estão a felicidade e a realização de um filho. E sobretudo que o filho tenha a certeza da sua decisão. Mas também, quem se decide pela vida eclesiástica não o fará de ânimo leve. Não creio que os pais tenham o direito de ceifar a vontade de um filho quando este lhes diz: quero ser padre.

Enfim, resumindo e concluindo, foi bonito (embora me tenha feito confusão ver o rapaz prostrado no chão durante tanto tempo), fez-me pensar em muitos aspectos da vida (e espero não apenas a mim) e espero que o Z. continue esta caminhada convicto e feliz como me pareceu estar ontem, embora conheça muito pouco dele.

 

E agora que isto já vai longo, é tempo de parar de dar aos dedos. Até porque não há muito a acrescentar ao dia de ontem. Depois disto fomos à Aveiro Noivos. O costume: vestidos medonhos (acho que os escolhem a dedo para exposição) e as ofertas que vi estão já muito batidas. Valeu por uns convites giros que vimos aos quais o R. tirou foto à socapa. Ih ih ih...

 

Vá coisinhos, fiquem bem e bom feriado.

 

 

 

sinto-me: quase a bater o dente
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27.11.09

Olá olá!

 

Maria Gita está bem disposta hoje. Não é que tenha começado bem a manhã, já que me vi obrigada a deixar a cama por fazer, que é coisa de que não gosto, logo, o quarto ficou a parecer um curral. Mas já passou o stress. Adiante.

E porque estás tu bem disposta, perguntarão? Ok, ninguém pergunta. Eu gosto de imaginar que sim. Ora, estou bem disposta pelo mesmo motivo pelo qual meio mundo está bem disposto à sexta-feira. Vem aí o fim-de-semana!

Tenho sempre o que fazer em casa, sobretudo ao sábado, mas não é a mesma rotina.

Além disso os fins-de-semana são há alguns anos sinónimo de estar com o meu R. Como ainda vivemos longe um do outro e a vida está cara (adoro esta expressão) só nos vemos uma vez por semana. Enfim... melhores dias virão.

Temos planos para estes dois dias e isso alegra-me. Um jantar de família alargada que se deve ao aniversário da minha afilhada I. e do irmão. Está crescida, já fez 11 anos. Quanto ao Domingo vamos visitar a Aveiro Noivos. Queríamos ir à Batalha que também lá tem a mesma feira mas terá de ficar para outra altura. É que um amigo vai ser ordenado Diácono na Sé de Aveiro e gostaríamos de estar presentes.

E pronto, isto é para mim um fim-de-semana animado, já que vamos andar metade do tempo na estrada para cima e para baixo. Mas tudo bem: estaremos juntos.

Depois venho cá contar as novidades.

 

 

Bom fim-de-semana!

 

sinto-me: em véspera de fim-de-semana
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26.11.09

 

 

Desculpem o aglomerado de anedotas mas estas merecem pela sua actualidade. Além disso, quem é que não gosta de uma boa anedota? 

 

 

 

 

 

Um homem ia a passar junto à porta do Plenário da Assembleia da República e ouve uma gritaria que saía lá de dentro.

"Filho da P***, Ladrão, Salafrário, Assassino, Traficante, Mentiroso, Pedófilo, Vagabundo, Sem Vergonha, Trafulha, Preguiçoso de Merda, Vendido, Usurário, Foragido à Justiça, Oportunista, Engana Incautos, Assaltante do Povo..."
 

Assustado, o homem pergunta ao segurança, parado na porta:

"O que está a acontecer aí dentro? Estão à porrada ?!

"Não", responde o segurança. "Cá para mim estão a fazer a chamada para saber se falta alguém."

 

 

 

Digam lá, é ou não é fantástica?

 

 

sinto-me: numa de anedotas
link do postPor Gita, às 11:17  comentar

Um casal de idosos, Manel e Maria, ia todos os anos a um espectáculo aéreo no aniversário de Manel.
No 85º aniversário de Manel, este vira-se para a mulher e diz:
- Maria, tenho 85 anos, quero andar de helicóptero, pode ser a última oportunidade que tenho!
- Mas Manel, andar de helicóptero custa 100 euros, isso é muito dinheiro! A nossa pensão é muito pequena!
O piloto não conseguiu evitar ouvir a conversa e fez-lhes uma proposta:
- Ouçam, fazemos um acordo. Eu ofereço-vos uma viagem, desde que não  façam um pio durante a mesma! Qualquer palavra ou grito que dêem e o acordo acaba.
O Manel e a Maria aceitaram e lá foram eles. O piloto subiu, desceu, virou o helicóptero ao contrário, zig zags, muitas manobras que fariam qualquer um gritar, mas nenhum deles abriu a boca! Ao voltar para terra, o piloto mostrou-se muito admirado, e disse:
- Fabuloso, fiz manobras que fariam qualquer piloto da força aérea berrar, mas de vocês não ouvi nada!
Parabéns! Prometido é devido, não cobro nada pela viagem!
Diz o Manel:
- Eu estive para dizer qualquer coisa quando a Maria caiu do helicóptero, mas 100 euros, com a crise que anda por aí...

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sinto-me: bem disposta
link do postPor Gita, às 11:03  comentar

25.11.09

Maria Gita estreou-se ontem nas reclamações formais. Cheguei lá e disse: "C'mé qué? Quero o livro de reclamações. JÁ!!" Quer dizer... não foi bem assim. Pronto, está bem. Não foi assim, de todo. Mas lá que pedi o livro de reclamações pedi.

Contextualizando...

Quem me conhece, sabe que não sei ser má e desagradável ainda que me pisem os calos. Chamemos-lhe uma pequena falha técnica de personalidade.

Mas voltando ao que interessa.

Comprei há dias um carrinho daqueles com rodinhas e prateleiras para pôr lá na cozinha com a fruta que não cabe na fruteira. Desloquei-me ao Jumbo aqui da cidade para ver o que havia e como só tinham um com três prateleiras, foi esse que trouxe, da marca Auchan.

Ora acontece que depois de montado, assim que o tentamos movimentar, o diacho do carrinho desconchava-se. Após várias tentativas infrutíferas pensei: "Chega, vou ter de trocar."

Ontem voltei ao balcão do Jumbo feliz da vida até me dizerem que sem o plástico que o carinho tinha à volta nada de troca. Mau...

Agora digam-me se tenho ou não razão (é possível que não tenha): o plástico era fraco e desfez-se ao abrir, não tinha qualquer inscrição, autocolante ou afins. Nada. Além de que dificilmente poderia ser reutilizado.

Mas não... sem um plástico desfeito não lhe fazemos a troca. Ora então venha de lá o livrinho para eu dar aqui ao dedo. E assim foi. Veio o supervisor, daqueles com uma espécie de barbicha debaixo do lábio, horrível de resto, com a mania que são a última coca-cola no deserto. Bah...

Não se tratou aqui do valor do carro, que até era barato. A questão era mesmo o ridículo da situação. Enfim... Faz-me espécie. Já tinha o Jumbo em fraca conta mas depois desta...

E pronto. Foi isto.

Mas lá que me fez bem ao ego reclamar, lá isso fez.

Ah... e já agora: não comprem carrinhos da marca Auchan. São muito fracos.

sinto-me: numa de reclamar
link do postPor Gita, às 10:32  comentar

23.11.09

Há alturas na vida em que tudo o que é preciso é um clique. A minha requer vários. Mas também, quem disse que eu sou normal?

Ora vamos lá Maria Gita a dar mais alegria e animação a este canto. Põe um pouco mais do teu lado colorido neste espaço.

E é isto. Vou tentar pôr de parte, não só aqui mas no quotidiano, aquele meu lado mais sombrio. Posso ser tão mais feliz assim. Não quero com isto dizer que não haverá momentos desses. Com certeza que haverá, sei disso, não vivo num conto de fadas. Mas cada coisa com o seu peso e medida.

Este fim de semana foi um desses cliques. Olhares, conversas, choro que acabou por desaguar em ânimo, sorrisos e muito amor. Portanto: saldo positivo.

O projecto da nossa casa que por minha causa, por causa das minhas indecisões e bloqueios mentais e verbais, tinha ficado "empancado" voltou a ganhar vida. Uma nova vida, já que começámos quase tudo do zero. Mas enfim... há novo alento, um sopro de vida que me ajuda a conseguir encher de novo os pulmões e acreditar que vamos ser felizes.

Quanto a este projecto, ainda muita água vai passar debaixo da ponte mas tenciono escrever sobre ele.

Haverá tempo. Tempo para tudo. Por agora interessa este meu compromisso de mudar. Pelo menos assim tentarei.

sinto-me: capaz de sorrir
link do postPor Gita, às 11:51  comentar

19.11.09

Hoje é o dia de aniversário da minha mãe. É também o dia de aniversário do teu pai. Sinónimo de juntar a família para um jantarzinho simples, apenas para não deixar passar o dia despercebido. Família... Eu considero-te família, claro. Mas uma vez mais e como tem sido há anos faltas tu neste dia. Assim como falto eu em tua casa neste dia. Como se não bastasse ser traída pela distância geográfica, sou traída pelo aniversário dos nossos pais, que logo tinham de coincidir.

Ainda bem que daqui a algum tempo estaremos juntos. Mas até lá...

Ao longo destes dias tenho melhorado o meu estado de espírito. Tu tentas, eu noto bem que tentas falar comigo de modo a que me anime. No entanto não posso sorrir e fingir que tudo está bem. Porque não está.

Sempre ansiei por este momento. Os planos de contruir uma casa sempre me pareceram longínquos mas ainda assim passíveis de serem concretizados. Mas uma coisa é certa: nunca imaginei que me fizesse sofrer tanto.

Mas caramba... é uma casa. Não é algo que se corrija depois de estar feita. Tem de ser perfeito. E o facto de não estarmos a conseguir atingir essa perfeição está a derrotar-me. O que faz com que demoremos mais a ter o nosso lar. O que me deixa triste.

O que me deixa mais triste é mesmo o facto de estar triste com uma coisa que devia ser plena de felicidade e ânimo.

Considero-me uma miúda bem disposta, até. Quem lesse isto pensaria exactamente o contrário, imagino. "Bah... que seca de gaja..." Tenho momentos. Sou instável. Confesso que chego a temer pela minha sanidade. De um momento para o outro desabo.

Felizmente sei que sentimento nutres por mim. É a minha única segurança.

Dizias-me ontem que tens saudades minhas. Reparo que só te ouço dizê-lo quando estou assim, distante, apagada. Não quero com isto dizer que quando não o dizes não o sentes. Mas quem vive longe como nós acaba por perder o hábito de o dizer, porque somos obrigados a aprender a conviver com a distância.

Enfim... Este fim-de-semana estaremos juntos e veremos o que acontece. Sei que vou chorar uma vez mais mas também sei que vais enxugar as minhas lágrimas, uma vez mais.

Mas quero acreditar que o sofrimento levará a bom porto. Tenho de acreditar.

sinto-me: A tentar voltar a sorrir
link do postPor Gita, às 16:19  comentar

16.11.09

“Ver-te sair assim pela manhã faz doer. É como sentir as entranhas em fogo. Mea culpa, bem sei. E não adianta dizer que é de parte a parte.

Ao fim de cinco anos e meio já deveria ser capaz de pôr de lado as minhas “especificidades” e olhar em frente e pensar que sou capaz. Mas não sou. O tempo passa e isso não muda. E eu pergunto-me: até quando conseguiremos viver com isso. Sim, nós, porque eu já me conheço e sei que sou assim. Agora tu... talvez esteja enganada e me conheças melhor do que eu, mas duvido.

Eu não sou fácil, como bem sabes. Eu também o sei. Mas se o sei, porque não consigo mudar isso, nem com a tua ajuda?... Serei eu um beco sem saída? Talvez. Mas se assim for, para quê percorrer um caminho, um beco, que não conduz a parte alguma? Quando nos deparamos com um beco o que fazemos? Voltamos para trás e tomamos outro caminho. Talvez eu seja isso. E por vezes não percebo a tua teimosia em querer percorrer um caminho que além de não levar a lado nenhum é sinuoso, irregular e inconstante. A tua resposta será provavelmente porque me amas. Está bem. Eu também te amo e no entanto ver o teu sofrimento não me faz mudar, como já tiveste a oportunidade de comprovar uma e outra e mais outra vez. Cinco anos e meio e eu continuo a mesma L. de sempre. Devo ser o chamado caso perdido. Só lamento que te faça perder o teu tempo comigo. Sim, porque quando se falha uma e outra vez é-se um caso perdido. E eu falhei e falho. Muito. E nada me garante que não voltarei a falhar. As tuas palavras serão sempre as mesmas. As tuas belas palavras de alento que, não vou negar, me dão força. Sim, dão. Mas é apenas no momento em que são ditas. Eu não sou suficientemente capaz de as manter cá dentro e fazer delas a minha bandeira. É certo e sabido que mais cedo ou mais tarde, por um qualquer motivo tudo volta a desabar. E tu melhor do que ninguém sabe isso.

Quem é que eu quero enganar? Sou um fracasso. Enquanto mulher, enquanto profissional e até mesmo enquanto tua namorada. É pelo menos isso que sinto. Não te mereço. És bom demais para mim. Temos tantos planos... E eu quero muito concretizá-los. Mas neste momento faltam-me as forças. Não consigo dizer um “sou capaz” que me convença disso mesmo.

Embati num muro e não consigo ultrapassá-lo, não encontro caminho alternativo. Faltam-me as ideias, cansam-me as tentativas fracassadas. Queria ter um pouco que fosse da tua força. És tão mais forte e optimista do que eu. Eu ainda preciso de crescer. Saber quem sou, como sou. Eu devo ter, algures na minha adolescência, saltado a parte da definição de personalidade. Quem sou eu? Não encontro adjectivos que me caracterizem, pelo menos os que acarretam algo positivo. É tão mais fácil ver aquilo que em nós é errado. É tão mais fácil baixarmo-nos perante a adversidade do que levantar a cabeça e remar contra a maré.

“Estás deprimida.” Pois estou. E? É por isso que escrevo. É sempre este estado que me leva a escrever. Estarei eu a ver as coisas como elas são ou estará a minha visão turva com o meu negativismo? Restas-me tu para me tentar mostrar o contrário e indicar-me novamente o caminho, porque sozinha, está mais que visto, não sou capaz. Preciso de ti. Como sempre. Se ainda aí estiveres para mim. Como sempre.”

 

E assim começa mais um blog.

 

sinto-me: submersa
link do postPor Gita, às 12:28  comentar

 
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