É bem verdade que nunca falta o que escrever. Não sou excepção. Mas mais do que escrever para alguém ler, a escrita tem em mim um efeito catártico. E é isso que procuro.
25.2.10

Apresento-vos a minha Tufa:

 

 

Faleceu no dia 21 de Setembro de 2007 com quase 14 anos. Foi o meu primeiro e único "animal de estimação". Coloco a expressão entre aspas já que para mim ela era muito mais do que isso. Foi minha companheira em épocas marcantes. E como qualquer amigo de quatro patas, era especial. Especial porque era minha, porque era família. E hoje quero falar dela.

Passou por muito: epilepsia, tumor, problemas cardíacos e por fim uma infecção generalizada. Na altura estava a estagiar em S. João da Madeira e só vinha para casa ao Sábado de manhã. Custava-me muito pensar na ideia de estar longe e acontecer-lhe algo sem que estivesse presente. E assim foi.

Terminei o estágio no dia 20. Era o aniversário de uma amiga da terra do R. e excepcionalmente ficámos até ao Domingo de manhã. A Tufa faleceu nessa noite de Sábado. Nunca vou ter resposta para a pergunta: será que estava à minha espera já que eu ia sempre para casa naquele dia? Foi um acaso? Quero acreditar que até na morte ela foi fiel. Não sei porquê, prefiro pensar que foi isso. E eu deixei-a ficar mal, talvez a tenha desapontado. Resta-me o consolo de saber que não esteve sozinha. Teve ao seu lado os meus pais para quem ela também era especial.

Fui muito feliz com ela. Dediquei-me muito a ela e sei que ela também o fez do seu jeito. Era uma paixão tamanha que ninguém lá em casa quer outro amigo destes. É egoísta? Talvez. Sei que há muitos, infelizmente, a precisar de um lar. Mas além de não querer voltar a passar e observar o sofrimento, não me quero apegar a mais nenhum. Ela foi única. Assim como não se substitui uma pessoa falecida, também não se subsitui um amigo destes.

E porque esta manhã passei no caminho por um cachorro atropelado e não tive coragem de parar e pelo menos retirá-lo do alcatrão, fiquei a pensar nela. Fiquei a pensar como fui fraca por não ter estado com ela no fim da vida e por hoje não ter conseguido compensar isso com um gesto para com um outro amiguinho de alguém que jazia na estrada.

Vou agora tentar engolir em seco este nó que se formou na garganta ao escrever estas palavras, pensar nela e tentar sorrir. Ela merece.

 

 

 

sinto-me: saudosa

22.2.10

E pronto: caí em tentação. Cedi à pressão e fui ontem ao cinema ver o Avatar. Pior: 3D. Foi uma estreia, confesso. Por partes: quanto ao 3D não gostei assim muito. Os óculos são desconfortáveis. Vale pelos pequenos detalhes que de facto parecem estar ali ao nosso alcance. De resto, nada de extraordinário. Quanto ao filme propriamente dito... é engraçado mas acho que um Óscar é esticar muito a corda. Só se for pelo grande aparato e tecnologia usada na sua concepção porque de resto... (espero não ser apedrejada na rua por estar a dizer estas coisas). Já vi melhor e já vi pior. De um a dez... talvez sete (e e...). Não me encheu as medidas.

Ainda do cinema pude ver o "trailer" daquilo que me pareceu um filmaço digno de ser visto no grande ecrã: "Clash of the Titans". Ok ok... enquanto "trailer" pode ser publicidade enganosa. Mas lá que pareceu... pareceu.

Do fim-de-semana há a apontar mais uma estreia: carro em contramão na A14. Não é bonito de se ver. O meu cérebro demorou a processar aquela imagem até que passado um bocado perguntei ao R.: "É impressão minha ou aquele carro vai do lado de lá da auto-estrada em contramão?" Enfim... é uma situação que me é difícil de conceber. A reacção foi pegar no telemóvel e ligar para os Serviços de Emergência que não atendiam (imaginámos que mais condutores estivessem a tentar o mesmo). Fomos acompanhando pelo retrovisor e a determinada altura o senhor teve a feliz ideia de sair dali (e fê-lo por uma saída, valha-nos isso). Como? Como é que alguém com amor à vida pode fazer uma coisa daquelas? Não é normal. Não é. Já não digo que pensem nos problemas que podem causar a terceiros (porque quem faz tal disparate a última coisa em que pensa em no bem-estar dos outros), mas ao menos que pensassem no seu próprio bem-estar. Fez-me muita confusão presenciar aquilo.

E pronto, nada de extraordinário. Mais um fim-de-semana que passou.

Boa semana às almas perdidas que aqui vêm por engano menos às que conduzem em contramão.

 

 

 

sinto-me: nem sim nem sopas
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17.2.10

Ufa... Acabou o Carnaval. Voltou tudo à normalidade. Nada de homens vestidos de mulher. Quer dizer... Isso aqui e ali ainda persiste, com a diferença de que os que o fizeram apenas durante estes três dias (e que são muito machos, dizem) agora já podem voltar a chamar rabiças aos que o fazem o ano todo.

Ah como é bom o sossego sem este regabofe (adoro esta palavra) carnavalesco. Em termos de Carnaval só vejo algum encanto no de Veneza, que de resto tenho alguma curiosidade em ver de perto. Tirando isso... só vale pelo feriado que teve direito a supresa do R. e tudo.

Pena que não tenha sido aproveitado melhor. Sim, porque Maria Gita por ter vindo trabalhar na segunda-feira andou o dia todo com os pezinhos gelados o que culminou em dor de garganta que ainda se mantém. Ah como eu detesto dores de garganta. Preferia que o nariz me estivesse a cair de tanta ranhoca. Caramba...

Isto só prova uma coisa: além do feriado na terça-feira, devia ser dada tolerância na segunda-feira, já que os trabalhadores ficam doentes o que resulta num decréscimo de produtividade. E quem fica a ganhar? Ninguém. Pois claro. Aprendam que eu não duro sempre. Ai a minha garganta...

 

 

 

sinto-me: constipada
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10.2.10

Madeleine: McCann apresentam queixa crime contra TVI

 

Li isto depois de almoço. Estou um bocadinho farta destes senhores. Porque não voltam eles para a terrinha deles e por lá ficam sossegados? Posso estar a ser cruel ao dizer isto, mas caramba, é a minha opinião e o blog é meu. Pronto.

Desde o início que o meu nariz me diz que esta "história" não cheira lá muito bem. Mas isso são apenas suposições minhas.

Revoltou-me ver tanta gente com pena dos coitadinhos. Ah e não sei quê porque a filha desapareceu e não sabem dela. Vamos todos ajudar sem saber mais nem o porquê. Se fosse um qualquer tuga a quem isso acontecesse ficava logo sem os outros filhos e era crucificado em praça pública por ter sido irresponsável ao deixar os filhos sozinhos em casa e ter ido laurear. Estes não. São de fora e fica bem sermos prestáveis. Há imensas crianças portuguesas desaparecidas e quem é que faz tamanho banzé mediático para as encontrar? Alguém se rala? Os pais porventura receberam milhares para os ajudar a encontrar os filhos? Claro que não. Cada um que cuide de si.

Admito que posso estar errada mas este casal nunca me convenceu do seu putativo bom carácter. E então de cada vez que aparecem apenas para fazer barulho... Ui... dá-me cá uma urticária...

 

 

 

sinto-me: arisca

9.2.10

Olá gente de bem!

Quem me conhece sabe que não me agrada muito falar de política. Gosto sim de falar de políticos. Falar mal, entenda-se. Bem que gostaria de ter motivos para falar bem mas não os encontro. Então e porquê este tema hoje? Porque Maria Gita teve uma ideia peregrina que quando bem explorada poderá ir longe, do tipo até ali ao fundo da rua como quem vai para o café da praça.

Fazem-se tantos espectáculos no gelo, Disney on Ice e agora Winx on Ice, por exemplo, que eu acho que é uma ideia vencedora fazer um Assembleia da República on Ice? Hein? Porreiro, não?

Eu se mandasse fazia isso. Mas punha o senhor Sócrates de tutu. E terminava o espectáculo de forma trágica. Convidava uns quantos cidadãos para fazerem rasteiras a uns quantos deputados e outros tantos ministros. Era ver os patins contra aquelas canelas. Nhiá ah ah!!!

Ok, já chega. Era só isto que queria partilhar.

 

 

sinto-me: nice
link do postPor Gita, às 14:47  comentar

8.2.10

Olá gente de bem!

Começo por dizer que o senhor Pedro Abrunhosa mandou um tralho em directo na SIC. Tenho de recorrer ao Youtube para ver isso. E porque é que falo nisto? Porque o senhor tira-me do sério e dá-me algum gozo saber que tal aconteceu, só isso. É a minha veia maligna.

Já que falo da SIC tenho de falar também nos vampirinhos da nova série/telenovela do canal. É muito mau. Mas eu vi. Será isto um "guilty pleasure"? Na minha opinião a história da série da TVI, embora francamente má, é um pouco melhorzinha que esta. Adiante.

O fim de semana passou, como tantos outros. Teve a diferença de já termos escolhido a pedra que vamos usar na casa e de já termos visto os alumínios. É muito chato a câmara municipal exigir todos os detalhes do exterior da moradia e de após aprovação não podermos mudar nada. Quer dizer... depois de escolher vou ter de tapar os olhos para não correr o risco de ver alguma coisa mais interessante. É escusado. Não se pode mudar. Bah...

Claro, continuamos um pouco à nora com a escolha da cor. Parece que não conseguimos acertar na tonalidade desejada. Ou é muito rosa, ou é muito laranja. Enfim... Estivemos quase a ir bater à porta de uma casa na Tocha de catálogo na mão e: "Desculpe, mas será que nos pode dizer qual é a cor da sua casa?" Ainda levávamos um tiro. Mas aquela casa tem "a" cor.

Eu acho que os senhores que vendem tintas deviam ter uma parede grande onde os clientes pudessem testar as tintas de modo a ver como elas ficam na prática, porque uma coisa é ver a tinta num catálogo ou numa lata. Outra coisa é vê-la aplicada e tenho receio que não seja bem o que desejamos. Por mais que o arquitecto no mostre desenhos da casa naquela cor... não é a mesma coisa. Não me sinto convencida. Primeiro julgávamos ser cor de tijolo e parece que não era bem bem aquilo. Depois tentou-se telha, que eu achei demasiado laranja. Chegámos à conclusão que provavelmente é mesmo tijolo. Mas aquilo às vezes parece perto do rosa. Ai...

Se alguém tiver casa na cor de tijolo ou afim, avise, por favor.

 

 

sinto-me: molenga

5.2.10

Oh diacho... Parece que este país de brandos costumes se está a tornar no novo quartel da ETA. "Eles andem aí..." Será que tenho de começar a desconfiar de tudo o que fale espanhol e coma torrão de alicante? Humm...

Já tive opinião sobre esta questão. Agora já não sei se tenho. Caramba... se os senhores querem ser independentes deixai-os ser independentes. É como a Madeira. Eu acho que se aquele senhor algum dia quiser a independência, de facto, era deixá-lo ser. Mas depois que se aguentasse sozinho e não há cá coisas de vir pedir ajudas financeiras ou de qualquer outro cariz. Enfim... ele agora também não pode pensar nisso porque vem aí o Carnaval e deve andar ocupado a escolher a farpela e a tirar o pó do tambor.

Hoje apetece-me falar mal de tudo e todos. Não é que esteja mal disposta. Apetece-me, pronto. Isto funciona por apetites, que hei-de eu fazer?

Começo a reparar que isto acontece quando no trabalho tenho de marcar viagens. É um stress porque quando temos tudo prontinho vêm estes engenheiros e mudam tudo. Vê-se mesmo que são engenheiros (e à conta desta corro o risco de levar nas orelhas).

Isto hoje foi mais um desabafo que outra coisa e claro, um pretexto para desejar um bom fim de semana. E como está de chuva, metam-se na cozinha e inventem, como eu. No passado fim de semana foi esta torta de laranja (já só fui a tempo de captar menos de metade... comilões). Vamos ver o que vai sair deste.

 

 

Bom fim de semana!

 

 

 

sinto-me: impossível

4.2.10

A música desperta em mim várias e diferentes emoções. Sempre foi assim. Há muitas músicas que associo a determinados momentos que passei. Quando as ouço, recordo esses momentos. Hoje aconteceu-me isso. No caminho para o trabalho ouvi "Hey Ya" dos Outkast, que o R. me deu a conhecer em determinada altura, que me fez pensar muito nisto:

 

 

Este é o edifício principal da Universidade de Bonn, na Alemanha e é onde tive a maior parte das aulas no ano que lá passei. É magnífico, não é?

Tive o privilégio de ser estudante Erasmus nesta fantástica cidade, antiga capital de um país muito mais à frente do que o nosso, há que admitir.

De vez em quando tenho saudades daquele tempo. Sou muito apegada às minhas origens mas gostava de lá voltar. E gostava que o R. fosse comigo. Seria muito bom partilhar aquilo que vivi com alguém, já que quando lá estive pouco partilhei.

Ao olhar para esta foto ainda sinto aquele aperto no peito que senti quando vi este edifício pela primeira vez ao vivo. Ainda relembro o caminho que fazia de casa, praticamente à frente deste parque, até à universidade, o barulho das folhas debaixo dos meus pés, a primeira vez que nevou, o primeiro passeio sozinha no primeiro fim de semana em que fui ali ao lado a pé ver o Reno e vi um barco passar que tinha o nome da minha aldeia. Enfim... é um lugar comum dizer que fazer Erasmus é muito enriquecedor, é muito bom. Mas para mim é mais do que um lugar comum: é de facto verdade e foi de facto uma experiência única. Só tenho pena de não ter aproveitado como devia. Tanto que ficou por conhecer... Quem sabe um dia.

 

 

sinto-me: saudosa
música: Hey Ya - Outkast

3.2.10

Esta manhã cheguei ao trabalho e vi que estava na intranet o relatório de resultados da empresa relativos a 2009. Ao lê-lo apercebi-me uma vez mais que os projectos em implementação aos quais estou a dar assistência estão quase concluídos, o que me faz pensar, uma vez mais, que a minha passagem por aqui está na sua recta final.

Comentei isso com o R. que, também uma vez mais, me diz que tenho de parar de sofrer por antecipação, que não sei ao certo se o contrato acaba e me vou embora, ou se ainda precisam de mim por cá. Eu acredito que quando deixar de ser precisa aqui me põem uns patins. Isso ficou assente logo no início: até o projecto terminar.

Por vezes penso se gosto do que faço. A minha resposta é: não desgosto, que é um nem sim nem sopas. Gosto quando estou muito, muito ocupada e mal tenho tempo para respirar. Quando é mais parado detesto. Mas isso está relacionado com a quantidade de trabalho e não com as tarefas em si. Se gosto de ser assistente administrativa? Gosto porque posso conciliar com a minha área de formação que é a tradução. Quando procurava trabalho não sabia muito bem o que procurar. Ofertas na minha área não é coisa que abunde nesta zona. E além do mais eu queria era trabalhar. Mas não sei se é isto que quero para o resto da vida. Se bem que nesta conjuntura não há lugar para esse luxo que é escolher.

Acabei há pouco tempo um livro onde li a seguinte frase: "As «carreiras» baseiam-se em desafios pessoais, mas os «empregos» baseiam-se na necessidade de sobrevivência". E é isto mesmo. Quem não gostava de ter uma carreira? Eu confesso: gostava. Mas tenho cá para mim que vou ter de me contentar com o emprego (o que já não é nada mau). Tive a oportunidade de experimentar o mundo da tradução literária (que adorei) e talvez aí conseguisse uma espécie de carreira. Mas a concorrência é muita além de que é um nicho.

Eu tento ser mais optimista mas está visto que não consigo. Enfim... vamos ver o que o futuro reserva tentando não pensar muito nele.

 

 

sinto-me: pensativa
link do postPor Gita, às 10:33  comentar

2.2.10

Não sei se vos acontece mas normalmente passo o dia a trautear a primeira música que ouço de manhã. E esta manhã foi esta (e obrigada por isso):

 

 

 

Que inspiração... É um bálsamo para a alma. Ouve-se over and over again. Enjoy.

 

 

sinto-me: breathing
música: Just Breathe - Pearl Jam
link do postPor Gita, às 12:19  comentar

 
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