É bem verdade que nunca falta o que escrever. Não sou excepção. Mas mais do que escrever para alguém ler, a escrita tem em mim um efeito catártico. E é isso que procuro.
31.3.10

Não digam a ninguém que eu vou dizer isto, mas é que... estou triste porque hoje é o último dia do meu chefe aqui na empresa. Eu sei que o comum dos mortais chamaria os amigos e faria uma festa. Lá está o meu espírito de contradição involuntário.

Isto vai ser estranho. Não ter ninguém perante quem me justificar ou simplesmente tirar uma dúvida. As coisas vão mudar e sei que vão culminar no fim do meu contrato daqui a pouco tempo. E eu vejo isto como o início desse desfecho.

O meu chefe tem lá o seu feitio, que de resto cada um tem o seu, mas é uma pessoa bastante educada e íntegra. Custa-me vê-lo empacotar as coisas para ir embora. Até porque sempre pensei que seria eu a primeira a abandonar o barco.

Sei, isso sim, que ele ainda fará muita falta a este projecto, embora se encontre já na recta final. Parece-me estar a ser tudo feito à pressa e isso daqui em diante só irá gerar confusão e eu perdida no meio dela.

E pronto, hoje não me apraz dizer mais nada. Apenas que vou sentir a falta do ritmo do meu chefe.

Vá, gozem comigo à vontade. Eu hoje deixo.

 

sinto-me: abandonada

26.3.10

Foi essa a sentença que o meu dente do siso conheceu ontem.

Ando com dores desde quarta-feira e ontem estava com cara de quem tinha sido atacada com um taco (note-se que essa cara mantem-se). Como se não bastasse chego de manhã ao trabalho e o chefe diz-me que isto está com mau aspecto que devia ponderar ir para casa. Humm... Será que dá muito mau aspecto andar no trabalho com a fronha neste estado? Ou seria preocupação genuína? Prefiro pensar que era a última.

E pronto, ninguém me manda ter os sisos inferiores na horizontal. Já assim estão há anos mas só agora resolveram armar-se em parvos.

Eu que sempre fui muito saudável e nunca na vida levei pontos, vejo-me agora às portas de uma remoção cirúrgica, que embora simples, me deixa algo apreensiva. Sobretudo porque toda a gente diz que é doloroso e a recuperação é muito chata.

Bem que a médica me disse que no dia seguinte não podia falar. Provavelmente haverá quem fique contente com essa parte.

Enfim... quero é isto resolvido porque já me chega de figurinhas a comer. A boca quase não abre e ainda esta noite tive de empurrar, literalmente, três bagos de uva por entre os dentes para que pudessem entrar na boca. Bah...

Isto para não falar nas dores! Sou até bastante tolerante à dor mas nunca pensei que a dor de dentes fosse capaz de me deixar, como deixou a noite passada, a chorar compulsivamente.

Abaixo a sensação de martelo a bater no maxilar!!

 

Bom fim de semana gente de bem.

 

 

 

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sinto-me: desdentada

23.3.10

Sinto-me desinspirada. Não é que costume ter uma inspiração por aí além.

Poderia eventualmente falar dos penteados de parte do plantel benfiquista. Sim, vi-me forçada a ver o jogo do passado domingo e pelo meio de tanto bocejo pude ver que alguma daquela gente era digna de fazer publicidade capilar da Isabel Queiroz do Vale (será que só eu me lembro dessa publicidade em anos idos?). Começando pelo treinador (assim que o vejo só há um pensamento que me aflora à mente: Drácula de Bram Stoker), até àquele dos caracolinhos irritantes ou um outro com um cabelo loiro meio esquisitóide. Mas não, não vou falar até porque não tenho pachorra para saber os nomes deles.

Assim sendo, vou falar de literatura. Muito ao de leve que não me apetece aprofundar a coisa.

Acabei há pouco tempo o seguinte livro:

 

 

Foi-me oferecido pelo meu futuro cunhado. Não sou daquelas que devora tudo o que este autor escreve, mas sim, do que já li, gosto. É claro que há sempre algo de trágico, mas pode-se dizer que dentro do trágico, até que a história não acaba mal de todo.

Só tenho medo de uma coisa: estreia no próximo mês o filme deste livro. Até aí nada de errado. O meu problema prende-se com a protagonista: Miley Cyrus (venham agora os fãs de Hannah Montana apedrejar-me). A mocita nunca me fez mal nenhum, mas não lhe acho absolutamente graça nenhuma. Chego ao ponto de olhar para a cara dela e ficar irritada. Não sei explicar isto mas acho-a muito desenxabida (nem sei se isto existe).

Entretanto já comecei outro livro, desta feita oferecido pela minha afilhada I. (sim, ofereceram-me muitos livros no Natal e aniversário e eu não me queixo nem um bocadinho):

 

 

Não é o tipo de livro que costumo ler. Mas está a ser muito interessante enveredar por outro estilo, nomeadamente, o verídico. É o relato de uma senhora britânica que se converteu e que se atira de cabeça a uma aventura que consiste no resgate de uma filha que havia sido levada pelo pai para longe da mãe. E depois disso, foi um nunca mais parar. Pelo menos até onde li.

Serve-me sobretudo para tentar conhecer um pouco mais do mundo muçulmano, que é habitualmente visto por nós, ocidentais, com alguma desconfiança.

Gosto imenso de ler à noite quando me deito, mas confesso que já não leio ao ritmo que gostaria. Umas vezes porque o sono fala mais alto, outras porque também há outras coisas que gosto de fazer. E como sabemos que o tempo não estica...

 

 

sinto-me: molenga

19.3.10

Eis-me de volta, para mal ou para bem.

Acabei de ler uma notícia segundo a qual José Lello se insurge contra o facto de os repórteres de imagem poderem circular livremente pelas galerias do Parlamento. Por momentos pensei que o senhor estivesse incomodado com o eventual barulho causado. Sou tão ingénua... Pois o senhor estava isso sim preocupado com o facto de os senhores repórteres poderem captar imagens dos ecrãs de computador do senhores deputados.

O que ele quer sei eu! E vai se calha de algum deles captar coisas menos próprias no ecrã de um deputado mais incauto? Era um problema. Ou até mesmo ver a técnica de jogo dos deputados no solitário. Não se revelam segredos destes.

É que sinceramente, estes senhores são ridículos. Quem não deve não teme. Se estiverem lá de facto para aquilo que interessa não vejo mal nenhum na eventual captação de imagens.

Enfim... hoje não me apraz dizer mais nada.

Bom fim de semana.

 

sinto-me: amorfa

8.3.10

Tenho andado longe daqui. Sempre que isto acontece há uma certa dificuldade em recomeçar. É um não saber muito bem o que escrever.

Começa um novo ciclo. A família perdeu um membro abruptamente. Há feridas a sarar e um reaprender a sorrir. Mas com vontade. Não o sorriso por mera cortesia que de vez em quando nos últimos dias me aflora aos lábios. Um sorriso genuíno. E nisso orgulho-me de ter o R. comigo. Ele é primeiro que tudo um amigo, amigo esse que está presente para não deixar esquecer que há sempre motivos para sorrir por mais traumáticas que as más experiências sejam. E por isso, obrigada.

Ainda assim preciso de escrever sobre isto. Caso contrário nunca teria iniciado um blog.

O suicídio parece prevalecer como causa de morte na família. Talvez esteja a exagerar ao colocar as coisas nestes termos. Talvez esta minha percepção se deva ao facto de as mortes que mais marcaram terem sido assim. A morte por velhice ou por doença embora dolorosas parecem-me mais naturais. E sempre que há uma morte que foge à "regra" o abismo a que nos conduz a pergunta "porquê" torna-nos mais introspectivos.

E porquê é de facto a pergunta que se impõe no suicídio. Mas é ao mesmo tempo o não encontrar uma resposta que a nós pareça racional. Mas suponho que quem o cometa se ache na posse de todas as razões do mundo. Não há de facto nada que se possa fazer.

Mas dói. Dói muito. Saber que ainda podíamos estar na companhia do meu tio S. se ele não tivesse passado por um momento de "cegueira"... Quero acreditar que é de uma cegueira que se trata. Quero acreditar que ele não viu os motivos que se lhe apresentavam para prosseguir esta viagem. Quero acreditar que se esqueceu que a minha tia L. lutou com todas as forças para viver, ainda que em vão, e que ele se esqueceu desse exemplo.

Haveria tanto mais a dizer. Mas a ferida é recente e não sei se será prudente continuar a aprofundá-la. Julgo que é chegada a hora de deixar curar. Aos poucos, lentamente, a rotina voltará. O sorriso voltará à cara de cada um e mutuamente vamo-nos curando. Eu sei que sim.

 

 

sinto-me: enlutada
link do postPor Gita, às 16:34  comentar

1.3.10

Mais uma semana que começa. As segundas são-me de facto penosas mas apenas pelo sono que sinto, já que os domingos são sinónimo de deitar mais tarde do que é habitual. E eu se não durmo as minhas oito horinhas... Hunf... Mas hoje apesar do sono sinto-me bem disposta.

Fomos ontem à Sinerclima na esperança de encontrar "a" solução para a nossa casinha. Mas Maria Gita cada vez fica mais baralhada. O meu cerebrozito vai dar um nó. Ele é painéis solares, é bomba de calor, é piso radiante, é radiadores, é eléctrico ou é hidráulico... Socorro! Muita informação para uma cabecinha só. Sim, porque a cabecinha do R. dá-me a impressão que adora isto. "Homes"... Acabámos a jantar no chinês e isso é bom. Portanto: saldo positivo do fim-de-semana.

Não voei com o vento de sábado o que também não é mau. Porque apanhar comigo em cima é coisa para deixar mossa. Ainda fui buscar uma placa de esferovite ao jardim, vinda não sei de onde mas tirando uma rede rasgada e o lixo acumulado no pátio da casa, tudo bem. Ah, não esquecendo as imensas horas sem electricidade. Somos tão dependentes. Ainda por cima quando finalmente voltou veio sozinha. Não trouxe a amiga internet com ela. Essa só apareceu ontem à tarde. Bah...

Apesar do mau tempo a Primavera faz-se anunciar. Já tenho reparado no amarelo que se vê nas acácias e nas austrálias por esses caminhos. Desde pequena que adoro o cheiro que emanam e deixa-me sempre muito feliz ver que tudo se renova ano após ano. Hoje esse sentimento acentuou-se: vi a primeira andorinha. Já cá estão para nos fazer companhia durante largos meses. Claro, e tentar fazer ninhos em tudo o que é canto, incluindo na garagem mesmo por cima da carrinha. Desculpem lá amiguinhas, mas aí não. Gosto muito de vocês mas aí não pode ser. Tende paciência.

 

 

sinto-me: primaveril
link do postPor Gita, às 17:13  comentar

 
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