É bem verdade que nunca falta o que escrever. Não sou excepção. Mas mais do que escrever para alguém ler, a escrita tem em mim um efeito catártico. E é isso que procuro.
30.4.10

Ufa, acabei aquela maldita tradução. Mas acho que perdi anos de vida. Não sei se alguma vez quererei voltar a traduzir livretes. Muito argh.

Estou oficialmente cansada. Digo oficialmente porque há sempre um quê de cansaço num ou noutro dia. Mas agora é uma sensação estranha de peso sobre o peito e por vezes respirar torna-se cansativo. Precisava de uma escapadela que fosse, uma fuga à rotina. Em Maio do ano passado conseguimos ir acampar num fim-de-semana prolongado mas este ano não parece presentear-nos com essa circunstância. E não me apetece montar a tenda e logo depois desmontá-la. Soube-me muito bem. A ver vamos se conseguimos inventar qualquer coisinha que seja. Sem gastar muito, claro, já que se aproximam tempos difícieis. E não me estou a referir ao clima económico-financeiro mas sim ao facto de termos a casa para construir. Um dia apresento aqui mais pormenores, quem sabe não há ideias, experiências.

Para já fico por aqui. Há que recomeçar lentamente. Bom fim-de-semana.

 

sinto-me: exausta

23.4.10

Malditas auditorias internas. Por vezes nem tenho tempo de ir à casa de banho. E quando penso que o trabalho está todo feito, que eles o vêem, ficam contentes e vão à vidinha deles, dizem-me que para a semana há mais. Socorro!

Tenho o meu estaminé de pantanas, arquivo por fazer há imenso tempo, pastas para organizar, uma catrefada de documentação que o chefe deixou para arrumar no gabinete dele e mais um monte dela espalhada aqui pelo chão e onde quer que sobre um bocadinho de prateleiras. Qualquer dia não me entendo.

Atenção que isto não é propriamente um queixume sobre o volume de trabalho. Deve-se sim ao facto de todo este trabalho aparecer agora na recta final. Ainda me lembro de quando vim para cá e haver dias horríveis com pouco para fazer. Isto teria dado jeito nessa altura.

Chega-se a noite e, confesso, nem tenho ligado o computador. Lá terei de o ligar hoje já que tenho uma tradução de Alemão para fazer. E que pincel aquele...

Desde a minha última aparição aconteceram algumas coisas interessantes, outras menos. Há a reter que o R. se iniciou na arte de comer caracóis. Não sei como tal aconteceu. Eu sou muito esquisita com a comida mas gosto de caracóis. Ele tinha a mania que aquilo não é coisa de comer. Mas, não sei bem como, lá aceitou provar. Comeu quatro. Ena.

Ah! E o muro em volta do nosso terreno começou a ser feito ontem. Apanharam-me desprevenida. Ideia do meu papi que não dorme em serviço. Só descansa quando aquilo estiver pronto.

E pronto, não há tempo para mais. Até ao meu regresso.

 

sinto-me: moída

12.4.10

Boas, gente de bem.

Sobrevivi! O dente lá saiu feito em pedaços e os pontos ficaram a substitui-lo. Quando a dentista terminou após uma hora e meia de contorcionismo bem que me custou fechar a boca. Por momentos imaginei que após tanto tempo de boca esgaçada nunca mais a ia conseguir fechar. O que vale é que são todas muito bem dispostas. "Oh doutora, tem qualquer coisa branca aí na franja." "Ah, é um bocado do teu dente que me atacou. Eu já tiro." E eu tudo bem.

Mas agora, os pontos (difíceis de suportar para uma gaja saudável que nunca na vida levou pontos), as dores, a dificuldade em comer... Argh. Muito argh. Estou aqui capaz de começar a rebolar no chão com tantas dores. Mas acabei de tomar dois belos comprimidos que me irão ajudar.

Quem me conhece sabe que primeiro que eu ceda a um comprimido... Só se estiver com os pés para a cova, mesmo. Nesta situação vejo-me obrigada a tomá-los. O meu problema neste caso prende-se com um deles que tem um tamanho abusivo. Tenho a certeza que se desse aquele comprimido a alguém já fora do invólucro sem lhe dizer nada, essa pessoa iria certamente pensar que aquilo era um supositório.

E assim sendo aproveito aqui para lançar o meu réptil (não há cá reptos) às farmacêuticas. Senhores, por caridade, fazei comprimidos mais pequenos, nem que tenhamos de tomar dois. Corro o risco de ficar com aquele autêntico morteiro entalado no gargomito e depois é uma chatice.

E tenho dito.

Ai... dor...

 

sinto-me: in pain

6.4.10

Maria Gita não partiu nenhum dente com as amêndoas na Páscoa, até porque comeu apenas duas. Passou o fim-de-semana algo agastada porque na quinta-feira aquele que na ausência de chefe fica responsável por mim me disse que queria falar ontem comigo sobre outro assunto. Catano... mas porque é que não falou logo. Fica uma pessoa desorientada sem saber o que dali vem.

Eu sabia que era sobre a minha situação contratual mas não sabia se era mais do que isso. Ora acontece que até era mais do que isso. Disse-me que falou com a Administração e fez uma forcinha para eu cá ficar mais seis meses para continuar a ajudar no outro projecto.

Eu acho que nos dias que correm não me posso dar ao luxo de escolher, pelo que fiquei muito contente. É claro que não há promessa de continuidade mas sempre são mais seis meses a aprender, a progredir e sobretudo ocupada.

Confesso que me assustava a ideia de ficar sem trabalho numa fase em que vamos começar a nossa casa, sinónimo de necessidade de rios de dinheiro, e claro, tudo o que vier é ganho.

Só tenho pena de não poder ter férias com o R.. Trabalho aqui há quase dois anos sem nunca ter parado. Mas foi por opção e fico feliz por ele ser compreensivo. E agora seguem-se mais seis meses de rajada. Mas volto a dizer: há que trabalhar.

Isto por aqui, por vezes com o chefe tinha alturas que era uma pasmaceira, em que eu desesperava por trabalho. Agora que ele não está, anda tudo doido. Não consigo actualizar as tarefas. Ando sempre a fazer coisas que já devia ter feito.

Mesmo não estando, o chefinho ligou hoje, muito bem disposto e aproveitou para pedir uns mapas em que andava a trabalhar: "Sr. Eng.º, posso enviar-lhe o que já tenho feito mas o outro está atrasado que nunca mais consegui pegar nele." E ele tudo bem, que remédio. É um quido. Antes de ir embora e durante as arrumações do gabinete ainda encontrou lá seis garrafas de vinho alentejano que me deu. Há chefes fantásticos, não há?

Bem, já falei sobre a novidade. Agora vamos trabalhar que é para isso que me pagam.

 

sinto-me: esperançosa

1.4.10

Eis que após nove longos meses ele é nosso. E não, não se trata de um filho, apesar de se poder dizer que esteve aqui em causa um parto difícil. Somos finalmente proprietários do terreno onde iremos construir a nossa casa. Foi hoje a escritura. Para mim foi mais uma estreia e mais uma oportunidade para ficar escandalizada com os valores que se cobram por míseros papéis. Maldita burocracia!

Mas enfim... Alegria alegria! É nosso. Já temos oficialmente duas nespereiras, uma macieira e videiras, se bem que estas últimas atrapalham a construção, pelo que serão destruídas.

E como ando de poucas palavras fico-me hoje por aqui. É pouco mas o que me enche o espírito é muito.

E como vou andar ocupada, uma boa Páscoa para todos (que não são muitos).

 

sinto-me: proprietária
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