É bem verdade que nunca falta o que escrever. Não sou excepção. Mas mais do que escrever para alguém ler, a escrita tem em mim um efeito catártico. E é isso que procuro.
23.4.10

Malditas auditorias internas. Por vezes nem tenho tempo de ir à casa de banho. E quando penso que o trabalho está todo feito, que eles o vêem, ficam contentes e vão à vidinha deles, dizem-me que para a semana há mais. Socorro!

Tenho o meu estaminé de pantanas, arquivo por fazer há imenso tempo, pastas para organizar, uma catrefada de documentação que o chefe deixou para arrumar no gabinete dele e mais um monte dela espalhada aqui pelo chão e onde quer que sobre um bocadinho de prateleiras. Qualquer dia não me entendo.

Atenção que isto não é propriamente um queixume sobre o volume de trabalho. Deve-se sim ao facto de todo este trabalho aparecer agora na recta final. Ainda me lembro de quando vim para cá e haver dias horríveis com pouco para fazer. Isto teria dado jeito nessa altura.

Chega-se a noite e, confesso, nem tenho ligado o computador. Lá terei de o ligar hoje já que tenho uma tradução de Alemão para fazer. E que pincel aquele...

Desde a minha última aparição aconteceram algumas coisas interessantes, outras menos. Há a reter que o R. se iniciou na arte de comer caracóis. Não sei como tal aconteceu. Eu sou muito esquisita com a comida mas gosto de caracóis. Ele tinha a mania que aquilo não é coisa de comer. Mas, não sei bem como, lá aceitou provar. Comeu quatro. Ena.

Ah! E o muro em volta do nosso terreno começou a ser feito ontem. Apanharam-me desprevenida. Ideia do meu papi que não dorme em serviço. Só descansa quando aquilo estiver pronto.

E pronto, não há tempo para mais. Até ao meu regresso.

 

sinto-me: moída

6.4.10

Maria Gita não partiu nenhum dente com as amêndoas na Páscoa, até porque comeu apenas duas. Passou o fim-de-semana algo agastada porque na quinta-feira aquele que na ausência de chefe fica responsável por mim me disse que queria falar ontem comigo sobre outro assunto. Catano... mas porque é que não falou logo. Fica uma pessoa desorientada sem saber o que dali vem.

Eu sabia que era sobre a minha situação contratual mas não sabia se era mais do que isso. Ora acontece que até era mais do que isso. Disse-me que falou com a Administração e fez uma forcinha para eu cá ficar mais seis meses para continuar a ajudar no outro projecto.

Eu acho que nos dias que correm não me posso dar ao luxo de escolher, pelo que fiquei muito contente. É claro que não há promessa de continuidade mas sempre são mais seis meses a aprender, a progredir e sobretudo ocupada.

Confesso que me assustava a ideia de ficar sem trabalho numa fase em que vamos começar a nossa casa, sinónimo de necessidade de rios de dinheiro, e claro, tudo o que vier é ganho.

Só tenho pena de não poder ter férias com o R.. Trabalho aqui há quase dois anos sem nunca ter parado. Mas foi por opção e fico feliz por ele ser compreensivo. E agora seguem-se mais seis meses de rajada. Mas volto a dizer: há que trabalhar.

Isto por aqui, por vezes com o chefe tinha alturas que era uma pasmaceira, em que eu desesperava por trabalho. Agora que ele não está, anda tudo doido. Não consigo actualizar as tarefas. Ando sempre a fazer coisas que já devia ter feito.

Mesmo não estando, o chefinho ligou hoje, muito bem disposto e aproveitou para pedir uns mapas em que andava a trabalhar: "Sr. Eng.º, posso enviar-lhe o que já tenho feito mas o outro está atrasado que nunca mais consegui pegar nele." E ele tudo bem, que remédio. É um quido. Antes de ir embora e durante as arrumações do gabinete ainda encontrou lá seis garrafas de vinho alentejano que me deu. Há chefes fantásticos, não há?

Bem, já falei sobre a novidade. Agora vamos trabalhar que é para isso que me pagam.

 

sinto-me: esperançosa

31.3.10

Não digam a ninguém que eu vou dizer isto, mas é que... estou triste porque hoje é o último dia do meu chefe aqui na empresa. Eu sei que o comum dos mortais chamaria os amigos e faria uma festa. Lá está o meu espírito de contradição involuntário.

Isto vai ser estranho. Não ter ninguém perante quem me justificar ou simplesmente tirar uma dúvida. As coisas vão mudar e sei que vão culminar no fim do meu contrato daqui a pouco tempo. E eu vejo isto como o início desse desfecho.

O meu chefe tem lá o seu feitio, que de resto cada um tem o seu, mas é uma pessoa bastante educada e íntegra. Custa-me vê-lo empacotar as coisas para ir embora. Até porque sempre pensei que seria eu a primeira a abandonar o barco.

Sei, isso sim, que ele ainda fará muita falta a este projecto, embora se encontre já na recta final. Parece-me estar a ser tudo feito à pressa e isso daqui em diante só irá gerar confusão e eu perdida no meio dela.

E pronto, hoje não me apraz dizer mais nada. Apenas que vou sentir a falta do ritmo do meu chefe.

Vá, gozem comigo à vontade. Eu hoje deixo.

 

sinto-me: abandonada

3.2.10

Esta manhã cheguei ao trabalho e vi que estava na intranet o relatório de resultados da empresa relativos a 2009. Ao lê-lo apercebi-me uma vez mais que os projectos em implementação aos quais estou a dar assistência estão quase concluídos, o que me faz pensar, uma vez mais, que a minha passagem por aqui está na sua recta final.

Comentei isso com o R. que, também uma vez mais, me diz que tenho de parar de sofrer por antecipação, que não sei ao certo se o contrato acaba e me vou embora, ou se ainda precisam de mim por cá. Eu acredito que quando deixar de ser precisa aqui me põem uns patins. Isso ficou assente logo no início: até o projecto terminar.

Por vezes penso se gosto do que faço. A minha resposta é: não desgosto, que é um nem sim nem sopas. Gosto quando estou muito, muito ocupada e mal tenho tempo para respirar. Quando é mais parado detesto. Mas isso está relacionado com a quantidade de trabalho e não com as tarefas em si. Se gosto de ser assistente administrativa? Gosto porque posso conciliar com a minha área de formação que é a tradução. Quando procurava trabalho não sabia muito bem o que procurar. Ofertas na minha área não é coisa que abunde nesta zona. E além do mais eu queria era trabalhar. Mas não sei se é isto que quero para o resto da vida. Se bem que nesta conjuntura não há lugar para esse luxo que é escolher.

Acabei há pouco tempo um livro onde li a seguinte frase: "As «carreiras» baseiam-se em desafios pessoais, mas os «empregos» baseiam-se na necessidade de sobrevivência". E é isto mesmo. Quem não gostava de ter uma carreira? Eu confesso: gostava. Mas tenho cá para mim que vou ter de me contentar com o emprego (o que já não é nada mau). Tive a oportunidade de experimentar o mundo da tradução literária (que adorei) e talvez aí conseguisse uma espécie de carreira. Mas a concorrência é muita além de que é um nicho.

Eu tento ser mais optimista mas está visto que não consigo. Enfim... vamos ver o que o futuro reserva tentando não pensar muito nele.

 

 

sinto-me: pensativa
link do postPor Gita, às 10:33  comentar

21.1.10

Não, não tem nada a ver com os Anjos. É mesmo só para dizer que ando por aqui.

Bem sei que ninguém visita este espaço mas eu gosto de imaginar que sim.

No trabalho estou com uma tarefa em mãos que me absorve a tempo inteiro. Chega-se a noite e em casa estou com uma tradução para fazer.

Não tenho tempo para os filmes, para as séries e para os livros.

Mas não me posso queixar: tenho trabalho. Tenho de pensar nos que o não têm.

Assim sendo... até ao meu regresso.

 

 

tags:
sinto-me: trabalhadora


 
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