Antes de começar quero deixar assente que nutro alguma "simpatia" pelo Sporting, não me considerando adepta. Até porque o futebol já pouco ou nada me diz. Já fui acusada de ser anti-benfiquista. Acho que não. Sou incapaz de torcer pelo Porto mesmo em competições europeias e nunca me chamaram anti-portista. Acho que a aversão pelo Benfica se deve ao facto de enquanto jovem nos tempos de escola ter um vizinho que me martirizava por ser de um clube que passou muitos anos sem ganhar campeonatos. E assim acreditei que haveria de vir o tempo em que também ele ficaria a ver o clube sem ganhar campeonatos durante muito tempo. Enfim... Já me estou a afastar do que quero dizer.
E o que quero dizer é o seguinte (e venham as pedras e os paus): na minha opinião o típico benfiquista é (e estou a generalizar) pobre de espírito. E pude comprovar isso ontem. Na minha aldeia, como, imagino, em todo o lado (sim porque essa doença espalha-se) havia foguetes a serem lançados e automóveis a circular buzinando alegremente.
O meu pensamento foi o seguinte enquanto abanava a cabeça: amanhã queixam-se que a gasolina está cara. Fico francamente desiludida com isto. Tenho imensa pena que os telejornais nacionais iniciem com futebol e por ali fiquem durante 20 minutos como se nada de maior importância se passasse. E depois nessas notícias vejo gente a percorrer quilómetros de bicicleta para ir ver o jogo, quando tenho a certeza que se fosse para ir trabalhar não iam porque era muito longe e não tinham transporte. Resumindo e concluindo, tenho pena que o adepto de futebol seja incongruente nestas situações. Se calhar sou eu a exagerar mas acho-os parvos. Imagino sempre o adepto a buzinar e a gritar ao mesmo tempo: "Estou desempregado, tenho três bocas para alimentar, estou endividado... mas que se lixe: o Benfica é campeão!" E pronto, lá vai ele todo contente. E é isto o adepto pobrezinho de espírito.
Vá, chamem-me agora frustrada.